

Analisar os principais defeitos em queijos fatiados é essencial para a indústria de lácteos, especialmente devido ao crescimento significativo deste formato de consumo no mercado brasileiro – único a registrar aumento no volume de vendas nos últimos anos, com uma taxa de crescimento anual de 3% –, impulsionado principalmente pela demanda por Muçarela. Nesta edição, serão abordados os principais defeitos encontrados em queijos fatiados, com ênfase nos impactos sobre a produtividade e no comprometimento das características visuais e estruturais do produto final.
Analisar os principais defeitos em queijos fatiados é essencial para a indústria de lácteos, especialmente devido ao crescimento significativo deste formato de consumo no mercado brasileiro – único a registrar aumento no volume de vendas nos últimos anos, com uma taxa de crescimento anual de 3%1 –, impulsionado principalmente pela demanda por Muçarela. Nesta edição, serão abordados os principais defeitos encontrados em queijos fatiados, com ênfase nos impactos sobre a produtividade e no comprometimento das características visuais e estruturais do produto final.
No processo de produção dos queijos fatiados dois dos principais desafios são: o excesso de peso nas fatias e a falta de casca nos queijos. Esses fatores afetam diretamente a eficiência da produção, a rentabilidade e a qualidade do produto. A maciez excessiva do queijo, resultante da alteração em sua textura, é um dos principais fatores que dificultam o fatiamento preciso, aumentando a probabilidade de variações no peso das fatias e, consequentemente, o risco de sobrepeso. Esse problema impacta diretamente os processos produtivos, gerando desperdícios, retrabalho e aumento de custos, além de expor a empresa a riscos legais e comerciais, conforme os limites estabelecidos pela Portaria 248/2008 do INMETRO. O descumprimento dessas normas pode acarretar autuações, multas e danos à reputação da marca, enquanto o fornecimento de fatias acima do peso declarado reduz a margem de lucro e compromete a competitividade.
O processo de proteólise, especialmente a primária, desempenha um papel crucial nesse contexto. Durante a estabilização/maturação do queijo, ocorre a hidrólise das caseínas, particularmente das αs1 e β-caseínas, resultando na formação de peptídeos de alto peso molecular. A αs1-caseína é a fração mais suscetível à clivagem inicial e possui papel determinante na definição da textura do queijo, sendo frequentemente associada à firmeza da matriz proteica. Sua hidrólise precoce pode contribuir para uma textura mais macia mesmo em queijos mais jovens, facilitando o fatiamento antecipado. No entanto, essa aceleração do amaciamento tem um custo: processos mais rápidos de degradação podem comprometer a estabilidade da textura a longo prazo, encurtando a vida de prateleira e aumentando o risco de defeitos estruturais no produto final. Esse processo é influenciado pelas proteases naturais do leite e pela enzima coagulante utilizada. A escolha do coagulante é determinante na extensão da proteólise primária. Coagulantes com baixo índice C/P (relação entre a capacidade coagulante e a atividade proteolítica) possuem elevada atividade proteolítica, promovendo uma degradação mais intensa das proteínas durante a estabilização/maturação. Como resultado, o queijo adquire uma textura excessivamente macia e perde sua geometria original. Para minimizar a proteólise excessiva e manter a firmeza adequada do queijo, recomenda-se a utilização de coagulantes com elevado índice C/P, facilitando o fatiamento preciso e reduzindo o risco de variações no peso das fatias.
O gráfico abaixo evidencia que a amostra elaborada com o coagulante CHY-MAX® Supreme (índice C/P = 80) apresentou uma menor variabilidade no peso das fatias em comparação à amostra produzida com quimosina de primeira geração (índice C/P = 20). Essa conclusão é reforçada pela análise do coeficiente de variação (C.V.), uma métrica estatística que avalia o grau de dispersão dos dados em relação à média. Quanto menor o coeficiente de variação, maior é a uniformidade entre as amostras analisadas.
Os resultados demonstram que CHY-MAX® Supreme alcançou um coeficiente de variação de apenas 0,67, enquanto a quimosina de primeira geração apresentou um valor significativamente mais elevado, de 1,11. Em termos práticos, isso significa que o uso do CHY-MAX® Supreme proporciona fatias de queijo com pesos mais homogêneos, com uma variação aproximadamente 40% menor em comparação ao coagulante tradicional. Esses resultados evidenciam que CHY-MAX® Supreme é a escolha ideal para produtores que buscam padronização no peso das fatias, contribuindo diretamente para a consistência do produto final e para a redução de desperdícios, resultando em ganhos de eficiência e qualidade na produção.
A ausência de casca nos queijos aumenta a aderência da superfície úmida às lâminas de corte, elevando o atrito e dificultando o deslizamento durante o fatiamento. Esse efeito prejudica a obtenção de fatias uniformes e gera perda de fragmentos, chamados de “finos”, especialmente em cortes mais estreitos, devido à maior deformação e quebra das bordas, exigindo ajustes na velocidade de corte. Por isso, a formação da casca é essencial para garantir a estrutura do queijo destinado ao fatiamento. A lixiviação é um fenômeno físico-químico caracterizado pela remoção de substâncias solúveis de um sólido em contato com um líquido, sendo uma das principais causas da ausência de casca em queijos. Isso ocorre quando o cálcio da superfície migra para a salmoura devido ao desequilíbrio osmótico, enfraquecendo a matriz proteica e dificultando a formação da casca. Esse processo é mais intenso em salmouras novas, desprovidas de cálcio dissolvido, o que potencializa a perda de cálcio do queijo para a solução. A lixiviação excessiva de cálcio pode predispor o queijo à peptização, fenômeno em que as caseínas da superfície se tornam mais solúveis devido à perda de cálcio ligado, aumentando a capacidade de absorção de água e resultando em uma textura amolecida e gelatinosa.
Nos processos contínuos (hidrovias), surge a dúvida: se os primeiros queijos cedem cálcio à salmoura, não deveria haver um equilíbrio que impedisse a lixiviação nos queijos subsequentes? A resposta está no fato de que o cálcio liberado pelos queijos geralmente precipita em forma de sais insolúveis, como fosfato de cálcio (Ca3(PO4)2) ou carbonato de cálcio (CaCO3). Como esse cálcio não permanece na forma solúvel, ele não contribui para o equilíbrio iônico necessário para preservar a estrutura da superfície dos queijos. Dessa forma, o uso contínuo da salmoura sem a reposição adequada de cálcio mantém o gradiente de concentração, intensificando a lixiviação e prejudicando a formação da casca nos queijos subsequentes. Para evitar esse problema, além de adicionar cloreto de cálcio (CaCl2) em salmouras novas, é essencial monitorar regularmente o teor de cálcio solúvel em salmouras de uso contínuo. Recomenda-se realizar reposições semanais utilizando uma solução de cloreto de cálcio a 0,10% para manter o equilíbrio necessário.
Vale destacar que o processo de filtração da salmoura, seja por ultrafiltração (UF) ou microfiltração (MF), remove apenas o cálcio insolúvel cedido pelos queijos, sem afetar o cálcio na forma iônica. Dessa forma, esses processos não interferem no equilíbrio iônico da salmoura, contribuindo para a manutenção das condições ideais para a formação da casca, sem comprometer o teor de cálcio necessário para o equilíbrio osmótico durante a salga.
Além da qualidade do queijo, a escolha dos equipamentos de fatiamento exerce um papel significativo na obtenção de cortes consistentes e padronizados. Máquinas bem projetadas, com lâminas afiadas e sistemas de ajuste precisos contribuem para um corte uniforme, minimizando a variação de peso entre as fatias e reduzindo a formação de finos. No entanto, o desempenho desses equipamentos depende, em grande parte, das características do queijo, em especial da textura. A combinação de um queijo com estrutura otimizada, geometria perfeita e equipamentos eficientes maximiza o rendimento, reduz desperdícios e assegura a conformidade com os padrões regulatórios, fortalecendo a competitividade da indústria no mercado.
As trincas em queijos fatiados não apenas comprometem o aspecto visual do produto, mas também dificultam seu manuseio e utilização. Esse defeito está diretamente relacionado ao equilíbrio entre a relação molar do cálcio e o fósforo presentes na matriz proteica do queijo, podendo ser causado tanto por uma deficiência quanto pelo excesso de solubilização do cálcio. O fosfato de cálcio coloidal formado a partir dessa relação é um composto que atua como agente estabilizador das micelas de caseína, sendo essencial para garantir a estabilidade estrutural e a qualidade no processo de fatiamento. A matriz proteica do queijo é formada principalmente por micelas de caseína, cuja integridade estrutural depende da ligação entre as proteínas e o fosfato de cálcio. Quando há um excesso de cálcio na forma insolúvel, ocorre uma reticulação excessiva das micelas, resultando em uma estrutura rígida e quebradiça. Essa rigidez reduz a flexibilidade da rede proteica, tornando as fatias mais suscetíveis a trincas. Esse defeito é mais frequente em “queijos jovens”, que possuem maior teor de cálcio não solubilizado, contribuindo também para o desprendimento de pequenos fragmentos de queijo durante o fatiamento.
Por outro lado, uma acidificação excessiva, caracterizada pela queda acentuada do pH durante as etapas de fabricação, promove a dissolução em excesso do fosfato de cálcio, removendo parte do cálcio estrutural das micelas de caseína. Como resultado, a rede proteica perde coesão tornando-se instável e menos elástica, o que também favorece a formação de trincas. Esse desequilíbrio prejudica a integridade das fatias, aumentando o risco de rupturas durante o fatiamento. Portanto, o controle adequado do equilíbrio fosfato de cálcio é essencial para garantir a estabilidade estrutural do queijo, minimizando a ocorrência de trincas e otimizando o rendimento no fatiamento.
Deficiência na solubilização de cálcio
Queijo ainda jovem para suportar o processo de fatiamento. Nos primeiros dias, ocorre a solubilização do fosfato de cálcio, crucial para a formação de uma rede proteica coesa que permite o fatiamento perfeito do queijo minimizando perdas.
Excesso na solubilização de cálcio
A rede de proteínas enfraquecida não consegue se manter coesa, levando ao desenvolvimento de uma textura frágil e à formação de trincas durante o fatiamento.
Adesividade em queijos fatiados refere-se à tendência do queijo aderir às superfícies de corte e às próprias fatias, causando transtornos aos consumidores. Esse fenômeno é influenciado pela proteólise, reação determinante para a alteração da textura dos queijos, tornando-os mais pastosos e, consequentemente, aumentando sua adesividade. Podemos identificar quatro agentes proteolíticos principais:
Enzimas do coagulante – A proteólise induzida pela quimosina durante a maturação afeta significativamente a textura do queijo, conforme mencionado anteriormente.
Proteases endógenas do leite – A plasmina é a principal enzima proteolítica endógena do leite e desempenha um papel decisivo na hidrólise da caseína durante a maturação do queijo, influenciando diretamente na adesividade de queijos fatiados. A atividade da plasmina resulta na degradação da caseína, especialmente da β-caseína e da αs2-caseína, levando à formação de peptídeos menores que alteram a estrutura do queijo. Sua concentração aumenta quando o leite tem origem de vacas com mastites, o que indica alta contagem de células somáticas. O plasminogênio é o seu precursor quatro vezes mais abundante, ambos relacionados com a micela da caseína. Esse fato é de grande importância, pois uma vez que o plasminogênio é convertido em plasmina, agirá sobre a proteína do leite, hidrolisando as caseínas.
Proteases e peptidases do cultivo adicionado – As bactérias do fermento lácteo são fundamentais na fabricação de queijos, tanto pela produção rápida de ácido lático, que reduz o pH, quanto pela liberação de enzimas proteolíticas. Essas enzimas degradam as caseínas em peptídeos menores, influenciando a textura e o sabor do queijo. A escolha de culturas bacterianas, como Streptococcus thermophilus (frequentemente utilizado na fabricação de Muçarela e queijo Prato), é essencial para controlar a proteólise e, consequentemente, a textura e adesividade dos queijos, devido à sua baixa atividade proteolítica. É importante destacar que a utilização de microrganismos como Lactobacillus helveticus, contribui significativamente para o desenvolvimento do sabor nos queijos. No entanto, seu uso tornou-se menos comum ou passou a ocorrer em concentrações reduzidas devido à sua elevada capacidade proteolítica. Algumas poucas bactérias produzem polissacarídeos capsulares (CPS) que ajudam a reter água no queijo sem amolecê-lo. Assim, o uso de culturas bacterianas produtoras de CPS melhora a textura, o rendimento e a experiência do consumidor ao manusear e consumir queijos fatiados. Bactérias com essa capacidade são extremamente raras, mas a Novonesis possui essas cepas em alguns de seus cultivos, especificamente indicados para a fabricação de Muçarela e queijo Prato, com principal finalidade de unir rendimento e fatiabilidade.
Enzimas liberadas por NSLAB – As NSLAB são conhecidas por sua capacidade de crescer durante a maturação do queijo e produzir enzimas proteolíticas. Essas enzimas contribuem para a degradação das proteínas do queijo, aumentando a liberação de peptídeos e aminoácidos livres, o que pode afetar a textura e a adesividade das fatias.
Além dos agentes proteolíticos, alguns fatores catalisadores influenciam a proteólise, como: a composição do queijo (UMD e sal na umidade) e a temperatura de estocagem/estabilização, que afeta a atividade enzimática e, portanto, a taxa de proteólise.
Composição do queijo
Tempo e temperatura
Ingredientes
O gráfico abaixo demonstra que a proteólise secundária do queijo Prato produzido com o cultivo DVS® BALANCE™ Max foi aproximadamente 25% menor em relação ao cultivo de linha, utilizando leite do mesmo silo. Estes resultados indicam que o DVS® BALANCE™ Max promove maior estabilidade estrutural, otimizando a eficiência no processo de fatiamento.
Para monitorar as ações das enzimas do fermento e de todas aquelas provenientes de contaminação, utiliza-se o índice de profundidade de proteólise. Este índice está relacionado principalmente com a atividade das endo e exoenzimas do cultivo empregado na fabricação do queijo, bem como das NSLAB.
Os cristais de lactato de cálcio são um fenômeno que pode ocorrer em queijos, especialmente nos fatiados e acondicionados em bandejas de atmosfera modificada (ATM). Esses cristais se formam a partir do lactato, um subproduto da fermentação da lactose pelas bactérias lácticas. A formação de CLC pode ser influenciada por vários fatores, incluindo o pH do queijo, a concentração de cálcio e a atividade das bactérias lácticas. As bactérias desempenham o principal papel nesse processo. O lactato formado pode apresentar-se nas formas isoméricas L ou D, dependendo de sua conformação química espacial que, por sua vez, é determinada pelo metabolismo do microrganismo. O D-lactato de cálcio é menos solúvel que o L-lactato de cálcio. Durante a maturação dos queijos, ocorre uma elevação do D-lactato. NSLAB, como Lactobacilli, Pediococci e Leuconostoc, são capazes de formar mais D-lactato e de converter o L-lactato em D-lactato, devido à presença de racemases. Populações elevadas de NSLAB, com índices superiores a 104/g, são suficientes para induzir um aumento significativo no D-lactato, contribuindo para a formação de CLC. A presença de CLC em queijos é frequentemente negligenciada pela indústria, principalmente porque as reclamações dos consumidores geralmente descrevem esses cristais como mofo branco.
O dessoramento é um fenômeno comum em queijos acondicionados em bandejas de ATM. Podemos identificar dois momentos distintos de dessoramento em queijos embalados na bandeja, um relacionado à umidade superficial, semelhante à condensação, e outro à exsudação do soro, correlacionado com a solvatação da caseína. A umidade superficial ou “suor” é resultado da saída da umidade intersticial, água presente nos espaços entre as micelas de caseína. Quando há uma diferença de temperatura entre o interior e o exterior da embalagem, essa umidade pode migrar para a superfície do queijo, onde se condensa e forma gotículas. Esse processo é mais comum em queijos fatiados antes do período de estabilização e pode ser exacerbado por flutuações de temperatura em gôndolas de supermercado.
Quando um queijo Muçarela envelhece em bandeja de ATM e começa a dessorar, esse processo pode ser associado à solvatação da caseína e à diminuição do pH causada por bactérias acidificantes. Solvatação refere-se à capacidade de micelas de caseína interagir com moléculas de água, formando uma camada de hidratação essencial para a estabilidade da matriz proteica. Algumas cepas de NSLAB, com elevada capacidade de produção de ácido lático e redução de pH, podem ser responsáveis pela perda na solvatação. Isso pode levar a uma maior liberação de umidade, especialmente durante a maturação, quando a estrutura da caseína é menos eficiente em reter água.
Outro mecanismo capaz de alterar a solvatação das caseínas é a alta proporção de CO2 na bandeja. Esse gás possui efeito bacteriostático, inibindo o crescimento de bactérias deteriorantes aeróbicas e prolongando a vida útil do queijo, o que explica o interesse das indústrias em aumentar sua concentração. No entanto, essa prática pode trazer prejuízos, pois, ao se dissolver na umidade do queijo, o CO2 forma ácido carbônico (H3CO2), que reduz o pH do produto. Esse processo está relacionado ao conceito de pKa (força de um ácido), que representa o valor de pH no qual o ácido está 50% dissociado em seus íons. Quando o pH do queijo se aproxima do pKa do ácido carbônico, há maior liberação de íons H+, intensificando a acidificação da matriz proteica. Como consequência, a solvatação das micelas de caseína é afetada, resultando em dessoramento.
Solvatação da caseína e defeitos em queijos
Queijos com elevada pós-acidificação tendem a apresentar:
Sabe-se que a relação mais comum para estufamento de queijos Muçarela e Prato em bandejas de ATM é a presença de bactérias do grupo NSLAB, especialmente as bactérias heterofermentadoras de citrato. Uma outra possível causa de estufamento na bandeja é a descarboxilação de aminoácidos. Durante o processo de maturação e/ou estabilização do queijo, a caseína é degradada em peptídeos e aminoácidos pelas enzimas proteolíticas das bactérias e coagulantes. Aminoácidos livres são substratos para uma série de reações catabólicas que geram muitos compostos de sabor importantes. Alguns aminoácidos, como o glutamato, podem sofrer descarboxilação para produzir ácido γ-aminobutírico e uma quantidade bastante alta de CO2 pela ação da enzima glutamato descarboxilase, que pode ser ativada em condições ácidas e anaeróbicas – como no queijo – promovendo o “inchaço” da bandeja.
Algumas bactérias, como Streptococcus thermophilus e Lactococcus subsp., possuem um sistema enzimático de glutamato descarboxilase que pode ser ativado em condições específicas, como pH baixo e ambientes anaeróbicos, comum na tecnologia de atmosfera modificada (ATM), que cria um ambiente anaeróbico dentro da embalagem ao remover quase todo o oxigênio e substituí-lo por outros gases, como nitrogênio e dióxido de carbono. É crucial garantir que cultivos utilizados na elaboração de queijos não contenham esse sistema descarboxilase. As cepas de cultivos da Novonesis são isentas desse complexo, assegurando a qualidade e segurança dos produtos.
1 Kantar, 2023
Coordenação e edição: Raquel Chiliz
Consultoria e redação técnica: Tiago Silva, Michael M. Saito e Lúcio A. F. Antunes
Editoração: Cia da Concepção
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul: LC Bolonha Ingredientes Alimentícios Ltda. Tel. (41) 3139-4455 (bolonha@lcbolonha.com.br). Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro: Produtos Macalé. Tel. (32) 3224-3035 (macale@macale.com). Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Mato Grosso, Rondônia e Pará: Clamalu Comércio e Representações Ltda. Tel. (62) 3605-6565 (romulo@clamalu.com.br e j.clareth@clamalu.com.br). Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe: Latec NE Ingredientes. Tel. (82) 98787-6564 (atendimentone@latecingredientes.com.br) São Paulo, Amazonas, Roraima, Acre: Latec Ingredientes. Tel. (15) 3202-1017 e (15) 98180-0002 (atendimento@latecingredientes.com.br).
Este informativo é uma comunicação entre empresas sobre ingredientes destinados a bens de consumo. Não se destina a consumidores de bens de consumo final. As declarações aqui contidas não são avaliadas pelas autoridades locais. Quaisquer afirmações feitas em relação a consumidores são de exclusiva responsabilidade do comerciante do produto final. O comerciante deve conduzir suas próprias investigações legais e de adequação para garantir que todos os requisitos nacionais sejam seguidos.
O estudo das causas de defeitos em queijos combina experiência prática e conhecimento científico para identificar e solucionar os problemas. Alguns defeitos podem afetar a qualidade do produto, a rentabilidade do processo e a aceitação por parte do consumidor. Entre os defeitos mais comuns, podemos destacar a acidificação e a formação de gás.
O estudo das causas de defeitos em queijos combina experiência prática e conhecimento científico para identificar e solucionar os problemas. Alguns defeitos podem afetar a qualidade do produto, a rentabilidade do processo e a aceitação por parte do consumidor. Entre os defeitos mais comuns, podemos destacar a acidificação e a formação de gás.
A produção controlada de ácido láctico a partir da lactose por bactérias do ácido láctico é uma etapa vital durante a fabricação de praticamente todas as variedades de queijos. A acidificação é a etapa mais importante na qualidade e padronização do queijo e tem papel crucial em vários processos, como: controle e prevenção do crescimento de microrganismos deteriorantes e patogênicos; impacto na velocidade de desmineralização da coalhada; promoção da sinérese, contribuindo na composição do queijo, especialmente no teor de umidade; impacto na proteólise – quanto mais elevado o pH no queijo mais rápida é a sua maturação; e maior retenção da enzima coagulante quanto menor for o pH, acelerando a proteólise, em especial para coagulantes com baixo índice C/P. Para solucionar um defeito decorrente da acidificação, é essencial identificar sua origem. Normalmente, pode estar relacionada à qualidade do leite, presença de resíduos antibióticos, altas contagens de NSLAB, ataque de bacteriófagos, falhas durante o processo de fabricação, limpeza sanitária (resíduos de detergentes e/ou sanitizantes), temperatura e intervalo de CIP (presença de biofilmes).
A acidificação do queijo pode ser dividida em quatro etapas. Os principais aspectos a serem examinados na identificação de falhas durante esse processo são: a presença de inibidores no leite, fermento fora das condições de armazenamento recomendadas e seu fracionamento inadequado, que ocorrem na etapa 1 (ver gráfico acima).
Durante a etapa dois, período entre a faixa de pH 6,3 e 6,1, pode ocorrer um atraso principalmente quando utilizado o microrganismo Streptococcus thermophilus, o que pode indicar alta concentração de ureia ou nível significativo de oxigênio dissolvido no leite. Na etapa três, entre a faixa de pH de 6,1 a 5,5, a razão mais provável para atraso é ataque de bacteriófagos e/ou falhas no processo de fabricação do queijo.
Ao final da cinética de acidificação, na quarta etapa, um problema muito comum é a pós acidificação e as razões mais prováveis são o desequilíbrio entre as cepas, elevadas contagens de NSLAB, longos intervalos de limpeza CIP do pasteurizador ou excesso de soro dentro dos grãos.
O desenvolvimento de gás durante a maturação é evidente pela presença de olhaduras, rachaduras ou gás dentro da embalagem. O gás produzido no queijo pode ocorrer nos primeiros dias de maturação (estufamento precoce) ou nos últimos estágios de maturação (estufamento tardio).
Exemplo de leite com excesso de espuma, podendo prejudicar a curva de acidificação. Streptococcus thermophilus é um microrganismo microaero- fílico podendo ser sensível à presença de O2. A espuma pode aumentar as perdas de “finos”, pequenas partículas de coalhada que se perdem no soro.
Exemplo de uma massa de muçarela com excelente cinética de acidificação (sem ataque fágico) e com desmineralização ideal. O processo de desmineralização da muçarela é determinante para atender às propriedades funcionais, em especial, ao fatiamento. A muçarela para fatiamento necessita apresentar 2,4 a 2,7% de Ca/ESD no momento da filagem.
O gás produzido logo após a fabricação e responsável por criar vários pequenos “buracos” no queijo é geralmente causado pelo crescimento de bactérias do grupo coliformes ou leveduras. O estufamento por coliformes é a principal e mais danosa causa de estufamento precoce em queijos. Para que ele ocorra é necessário um foco de contaminação com um número mínimo de coliformes no leite. Estudos indicam que acima de 300 UFC/ml de leite já seria suficiente para causar danos, principalmente se ocorrer alguma falha na acidificação (curva de pH lenta), disponibilizando mais lactose para a fermentação.
Um parâmetro muito eficaz para combater o estufamento precoce é a velocidade com que o cultivo acidifica até pH 6,0, sendo este um limite prático muito importante de prevenção deste defeito.
Algumas espécies de leveduras podem fermentar lactose e lactato para produzirem CO2. Normalmente, podemos identificá-las quando pequenas olhaduras são acompanhadas por outras maiores. Formas de combate podem incluir boas práticas de fabricação (BPF) e, principalmente, uma cinética de acidificação capaz de consumir rapidamente a lactose.
O estufamento tardio é outro defeito grave e comum na produção de queijos, afetando principalmente os de longa maturação, em especial àqueles que passam por um período em câmaras “quentes” e são feitos com leite de gado alimentado com silagem de qualidade inferior. Quando a silagem não é fermentada adequadamente, a quantidade de esporos aumenta consideravelmente. A principal causa do estufamento tardio é a presença de bactérias do grupo Clostridium, que fermentam lactato em ácido acético, ácido butírico, CO2 e H2.
As características dos queijos com fermentação butírica são odor forte e butírico, lembrando à rancidez; sabor intenso e levemente rançoso, podendo apresentar notas adocicadas, textura com presença de crateras, trincas e/ou rachaduras, além de olhaduras irregulares. Em alguns casos, as olhaduras podem ser semelhantes às causadas por bactérias propiônicas.
Na prática é comum encontrar fermentações butíricas menos pronunciadas, não identificadas com clareza. Nesses casos, os resultados visuais e sensoriais devem ser confirmados por análise laboratorial. Quando o problema se apresenta após aproximadamente 60 dias, não é possível identificar a presença de Clostridium na sua forma vegetativa. No entanto, este microrganismo deixa seu “rastro”, permitindo a identificação via perfil de fermentação (PF), quantificando o ácido butírico. Algumas características dos defeitos em queijos com Clostridium incluem, liberação de ácido butírico (C4) no processo de lipólise – principal indicador da fermentação butírica –, e nível de ácido butírico geralmente superior a 400 mg de C4 por quilograma de queijo. É importante não definir este defeito apenas pelas manifestações visíveis, como estufamentos, pois sua origem pode ser ambígua.
O perfil de fermentação possibilita a avaliação da natureza da fermentação em queijos com tempos de maturação variados. Contudo, cada tipo de queijo apresenta um perfil de fermentação específico, que varia conforme o tipo de cultivo utilizado e o período de maturação.
A técnica mais eficaz no combate desses defeitos é a produção com leite de vacas que não sejam alimen- tadas com silagem ou, se forem, com silagem bem fermentada e uma rigorosa higiene na ordenha. No entanto, esses métodos são difíceis de implementar. Veja no quadro a seguir outros métodos de prevenção.
Queijos com adição de Propionibacterium freudenreichii
Utiliza-se a seguinte regra de decisão: PF = C3/(C3+C4) x 100 (PF = Índice de perfil fermentativo C3 = Ácido propiônico C4 = Ácido butírico)
Se 0,5 < PF < 0,9 = fermentação intermediária propio-butírica
Se PF > 0,9 = fermentação propiônica
Se PF = < 0,5 = fermentação butírica
Queijos duros: PF > 2000mg/kg = fermentação butírica
Queijos semiduros (alta lipólise): C4 / C6 ≥ 4 = fermentação butírica
Outros microrganismos que causam defeitos são os Lactococcus positivos para citrato ou Leuconostoc spp. que podem produzir CO2. Este grupo tem apresentado problema recorrente nas fábricas, afetando tanto peças inteiras quanto bandejas fatiadas em atmosfera modificada (ATM). O defeito é evidenciado quando a contagem de fermentadores de citratos excede 105 UFC/g e a cinética de acidificação é lenta, associada à presença de bacteriófagos (a partir de 103 UFC/g, alguma olhadura pode ser observada no queijo). Observa-se um desenvolvimento excessivo de olhaduras que, em alguns casos, podem formar crateras e/ou rachaduras no interior dos queijos, confundindo-se com contaminação por Clostridium. As olhaduras são desprovidas de umidade, lisas e brilhantes. Na maioria dos casos, o sabor não sofre alterações significativas. Mas, quando ocorre, pode-se observar um sabor tendendo ao adocicado.
Para a detecção desses microrganismos, pode-se utilizar o meio de cultura ágar Leesment enriquecido com componentes como citrato de cálcio e carboximetilcelulose, empregados como substratos, favorecendo o crescimento desse grupo de bactérias. A prevenção envolve a implementação de CIP intermediário no pasteurizador com intervalo máximo de 8 horas – podendo variar em função da qualidade inicial da matéria prima –, bactofugação ou degerminação do leite, resfriamento rápido do queijo, manutenção de ótima cinética de acidificação e, no caso de queijos muçarela e prato, um teor de sal na umidade superior a 2,5%. Recomenda-se também a utilização de cultura protetora como, por exemplo, a linha BioSafe™ de cultivos bioprotetores da Novonesis.
Além dos Lactococcus, os Streptococcus thermophilus são capazes de formar biofilmes na parte de regeneração dos trocadores de calor, também podendo ser responsáveis pela produção de CO2 no queijo. Sua presença pode estar associada à concentração elevada de ureia no leite, principalmente se o cultivo for urease (+), cepas capazes de metabolizar a ureia e que possuem cinética de acidificação mais lenta que cepas urease (-). O nível de ureia pode estar sujeito a variações, dependendo do equilíbrio da dieta (ração). A principal estratégia para combater este problema é a realização de limpeza CIP eficiente. Lactobacilos tolerantes ao sal também podem ser associados à produção de CO2 e sabores estranhos. Podem estar relacionados com salmouras “velhas”, baixa concentração de sal e temperaturas elevadas.
Coordenação e edição: Raquel Chiliz
Consultoria e redação técnica: Tiago Silva, Michael M. Saito e Lúcio A. F. Antunes
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Este informativo é uma comunicação entre empresas sobre ingredientes destinados a bens de consumo. Não se destina a consumidores de bens de consumo final. As declarações aqui contidas não são avaliadas pelas autoridades locais. Quaisquer afirmações feitas em relação a consumidores são de exclusiva responsabilidade do comerciante do produto final. O comerciante deve conduzir suas próprias investigações legais e de adequação para garantir que todos os requisitos nacionais sejam seguidos.
A segurança dos alimentos é uma preocupação crescente em todo o mundo, especialmente em setores como a indústria de laticínios, onde a qualidade do produto final depende diretamente das condições de produção.
A segurança dos alimentos é uma preocupação crescente em todo o mundo, especialmente em setores como a indústria de laticínios, onde a qualidade do produto final depende diretamente das condições de produção. Um dos maiores desafios enfrentados por produtores e reguladores é a presença de resíduos de antibióticos no leite. Esses resíduos podem resultar, por exemplo, da administração de medicamentos a vacas leiteiras para tratar infecções, como a mastite, uma condição comum nos rebanhos. A detecção de antibióticos no leite é crucial não apenas para proteger a saúde pública, como também para garantir a conformidade com os regulamentos rigorosos que governam a produção de alimentos e também atender às necessidades tecnológicas da produção de alguns derivados lácteos, como queijos e iogurtes, que têm na fermentação um dos principais pontos do processo.
O consumo de leite contaminado com antibióticos representa um risco significativo para a saúde pública, pois pode levar ao desenvolvimento de resistência antimicrobiana, comprometendo a eficácia de tratamentos essenciais para infecções. A presença de resíduos de antibióticos no leite também pode desencadear reações alérgicas em consumidores sensíveis, aumentando o risco de problemas de saúde graves. Garantir que o leite esteja livre de antibióticos é, portanto, uma questão fundamental para proteger a saúde da população, assegurando que produtos lácteos sejam seguros para o consumo e cumpram com os rigorosos padrões de segurança alimentar.
A segurança do leite depende de métodos precisos e eficientes para detectar a presença de antibióticos, e a linha MilkSafe™ comercializada pela Novonesis oferece duas abordagens inovadoras para atender à essa necessidade.
O primeiro método é o Teste Rápido, baseado na tecnologia de imunocromatografia com ouro coloidal, que permite resultados de alta precisão em questão de minutos. Essa metodologia é ideal para ambientes de produção que exigem monitoramento contínuo e respostas rápidas, proporcionando uma solução eficaz e fácil de usar para controle de qualidade.
O segundo método, o Teste Microbiológico, utiliza a tecnologia avançada do Método de Redução do Preto Brilhante (BRT) baseado em processos de oxirredução. Esse método emprega esporos do Geobacillus stearothermophilus, que só germinam na ausência de antibióticos, e o corante Preto Brilhante, cuja detecção ocorre pela redução catalisada pelos elétrons liberados durante a metabolização de nutrientes pela bactéria. Em comparação com testes convencionais baseados em pH, o método de oxirredução é mais confiável, pois elimina o risco de resultados positivos causados por fatores externos, como a qualidade do leite ou a presença de outras substâncias que possam acidificar o meio, garantindo resultados mais robustos e minimizando o risco de falsos negativos. Essas duas tecnologias complementares asseguram que os kits de MilkSafe™ atendam aos mais rigorosos padrões de segurança alimentar, com soluções que combinam precisão, confiabilidade e rapidez para o controle de qualidade do leite.
Para os antibióticos mais usados
A linha de produtos MilkSafe™ foi projetada para o nível de LMR da UE e abrange todos os antibióticos comumente usados, mas é flexível o suficiente para oferecer testes personalizados quando necessário.
MilkSafe™ Testes de tiras padrão
MilkSafe™ Testes de cassete em uma etapa
Os testes MilkSafe™ estão disponíveis em formatos baseados em tiras e cassetes que abrangem os antibióticos mais usados em laticínios.
O MilkSafe™ Web Service estabelece rastreabilidade e transparência em testes de antibióticos por meio de coleta centralizada de dados.
Para o consumidor final, a garantia de que o leite e seus derivados estejam livres de resíduos de antibióticos é essencial.
Através dos kits MilkSafe™, os produtores de lácteos podem proporcionar aos consumidores confiança na pureza e segurança dos produtos que consomem. Este nível de garantia é especialmente importante em um mercado onde os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes em relação à origem e qualidade dos alimentos que consomem.
Além da eficácia na detecção de uma ampla gama de antibióticos, MilkSafe™ é adaptável a diferentes necessidades de mercado. Recentemente, a Novonesis desenvolveu uma versão customizada de testes MilkSafe™ para o mercado brasileiro, levando em consideração as especificidades das regulamentações e os desafios enfrentados pelos produtores de leite no Brasil.
Essa adaptação é crucial para atender às demandas específicas e aos requisitos da indústria de laticínios, contribuindo para a redução das incidências de testes negativos e garantindo a conformidade com a legislação brasileira, juntamente com estudo que garante que a customização não atrapalhe o aspecto tecnológico da produção dos derivados lácteos, como queijos e iogurtes. A personalização dos testes é um importante passo na melhoria da sustentabilidade e na garantia da qualidade dos produtos lácteos no país. Ao fornecer uma solução que se alinha com as expectativas e os padrões locais, a Novonesis promove a excelência na indústria de laticínios e atende às necessidades dos produtores e consumidores brasileiros.
Além de recursos técnicos avançados, os testes de antibióticos da Novonesis são certificados pelo Instituto de Pesquisa Agrícola da Flandres (ILVO), com sede na Bélgica, e estão em conformidade com a legislação brasileira e outros padrões regulatórios internacionais. Essa certificação e conformidade garantem aos produtores de laticínios e aos consumidores resultados confiáveis e válidos.
Os resíduos de antibióticos no leite representam um desafio crítico para a indústria de laticínios, pois podem comprometer a qualidade dos produtos, afetando o sabor, textura e também desvios no processos de fabricação. Mesmo quando presentes em concentrações abaixo do Limite Máximo de Resíduos (LMR), certos antibióticos têm o potencial de inibir a atividade das culturas lácticas responsáveis pela fermentação, resultando em iogurtes com acidificação retardada e queijos com propriedades sensoriais comprome- tidas. Isso contribui para perdasde produtividade e aumento de desperdícios.
Estudos realizados por Berruga et al. (2008) e Navrátilova et al. (2022) demonstraram que os antibióticos beta-lactâmicos, como as cefalosporinas, afetam diretamente as culturas bacterianas usadas na fermentação de produtos lácteos. As bactérias lácticas, responsáveis pela produção de ácido lático, são essenciais para o desenvolvimento de características sensoriais adequadas, como textura e sabor. A presença de alguns antibióticos, mesmo em concentrações abaixo do LMR (limite máximo de resíduos), pode resultar em fermentação incompleta, gerando produtos com sabor indesejado e textura inferior.
Estudos realizados pela Novonesis apontaram a capacidade de algumas outras drogas, principalmente do grupo das Quinolonas, em desestabilizar a cultura iniciadora, composta por Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus podendo ser adicionadas outras bactérias ácido-láticas, utilizada na fabricação de iogurtes, resultando em características indesejadas no produto, mesmo sem alterar o tempo de fermentação. A crescente rigidez no controle de resíduos de antibióticos impôs à indústria e aos produtores a adoção de padrões mais rigorosos, com penalidades em caso de não conformidade. Para garantir a qualidade do leite e atender às exigências legais, as indústrias de laticínios precisam monitorar os antibióticos mais prevalentes em suas áreas de captação, ajustando suas avaliações para incluir testes periódicos, especialmente para os antibióticos menos comuns. O monitoramento contínuo é crucial para mitigar os riscos associados aos resíduos de antibióticos e assegurar a produção de leite de alta qualidade.
Além dos benefícios diretos para os consumidores e na qualidade dos produtos, MilkSafe™ oferece vantagens significativas de sustentabilidade e retorno financeiro para os laticínios. Ao reduzir o desperdício de leite contaminado, que pode ocorrer em diferentes níveis de produção, os produtores conseguem otimizar seus processos e minimizar custos. Essa eficiência pode contribuir para uma gestão mais econômica dos recursos e promover a sustentabilidade econômica do setor.
Referências Bibliográficas
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO guidelines on use of medically important antimicrobials in food-producing animals. Geneva: World Health Organization, 2019. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241515528. Acesso em 16 out. 2024.
Berruga MI, Novés B, Molina MP, Román M, Molina A. Influence of cephalosporins on the coagulation time of yogurt made from ewes milk. Int J of Dairy Tech – 2008. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1471-0307.2008.00421.x
Navrátilova, P.; Borkovcova, I.; Stastkova, Z.; Bednarova, I.; Vorlova, L. Effect of Cephalosporin Antibiotics on the Activity of Yoghurt Cultures. Foods 2022, 11, 2751. DOI: https://doi.org/10.3390/foods1118275
Coordenação e edição: Raquel Chiliz
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